27 de abril de 2014

Como os insetos se adaptam ao inverno


Os insetos são criaturas de sangue frio, o que significa que eles são especialmente suscetíveis às temperaturas baixas. Então, para conseguir sobreviver esse período do ano, os animais desenvolveram uma série de estratégias de adaptação que garantem a continuidade da espécie. Confira algumas dessas alternativas.

Migração

Os insetos que têm a migração como uma das características da espécie não perdem tempo quando as temperaturas caem. A borboleta-monarca é um exemplo dos insetos que escolhem lugares mais quentes para passar o inverno. Dessa maneira, os insetos viajam em busca de um clima mais ameno e retornam na primavera, quando o sol volta a esquentar sua região de origem.


Inatividade

Sabe-se que muitos insetos buscam abrigos para que possam fazer uma pausa. Isso significa que eles entram em um estado inativo de desenvolvimento, que é parecido com o processo de hibernação dos mamíferos. Para isso, os insetos acumulam camadas extras de gordura e reduzem a quantidade de água que possuem dentro do organismo.

A eliminação da água – que congela em temperaturas relativamente mais altas se comparada com outros líquidos – é fundamental para criar um ambiente que torne a formação de gelo impossível. Eles também se livram de quais rastros de comida, pó ou bactérias, já que uma simples partícula de pó é suficiente para que a água cristalize. Caso contrário, o líquido pode esfriar até - 42° C sem congelar.

As diferentes estratégias das espécies

Larvas, ovos e pupas – que são fases do desenvolvimento em que o inseto não precisa se alimentar – conseguem sobreviver a temperaturas bem baixas. Por isso, podemos encontrar o casulo de algumas espécies, como o bicho-da-seda, presos nos galhos de plantas durante o inverno. Em geral, as folhas ou demais galhos das plantas são suficientes para servir como abrigo do frio.

Já a maior parte dos insetos adultos busca se esconder em lugares onde possam se manter aquecidos e não sejam facilmente encontrados por aves e esquilos. Entre os que se abrigam nas cascas das árvores, é comum encontrá-los na parte mais baixa do tronco, onde existem chances de entrar em contato com o calor do sol. Outras espécies, como as joaninhas, escolhem vão de prédios, sótãos, celeiros e outras estruturas em que possam ficar longe do frio.


Por outro lado, os insetos que tem um comportamento coletivo, como formigas e cupins, ficam em colônias construídas há muitos metros de profundidade da crosta terrestre congelada, onde eles têm enormes quantidades de alimento estocadas. As abelhas também pensam no coletivo e se agrupam em uma forma compacta semelhante a uma bola. No interior dessa estrutura, as abelhas geram calor ao vibrar os músculos de suas asas, enquanto os insetos de fora permanecem imóveis para isolar o calor. Elas revezam as posições, sendo que a abelha rainha é sempre mantida aquecida no centro do grupo.

Os insetos aquáticos, como libélulas e efêmeras, passam o inverno como ninfas (um de seus estágios de desenvolvimento) e aproveitam para se alimentar bastante e alcançar a fase adulta no início da primavera. Ainda, esses insetos buscam águas mais quentes conforme a necessidade, além de terem passado por um processo de adaptação que diminui a temperatura em que eles começam a congelar.


Por fim, alguns insetos simplesmente não conseguem escapar do rigoroso inverno e precisam dar um jeito de se adaptar à superfície coberta de gelo. A tolerância ao congelamento é um fenômeno mais comum no Hemisfério Sul, onde o clima varia mais facilmente. Por isso, alguns tipos de lagartas, baratas e outros insetos desenvolveram um mecanismo que permite que eles congelem propositalmente parte de seus corpos (de maneira específica e em períodos específicos) para evitar os efeitos nocivos do gelo. Isso é importante para evitar choques térmicos ou um congelamento total, que são fatores que podem ser fatais para os insetos.

Fonte: Megacurioso

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