2 de agosto de 2013
60 bilhões de exoplanetas podem suportar vida
Embora somente por volta de uma dúzia de exoplanetas potencialmente habitáveis foram detectados até agora, cientistas dizem que o Universo pode estar transbordando de mundos alienígenas que podem suportar a vida. Somente na nossa galáxia, a Via Láctea, pode haver 60 bilhões de exoplanetas capazes de suportar a vida, os quais orbitam estrelas vermelhas anãs, sugere uma nova estimativa.
Com base em um banco de dados do telescópio espacial Kepler, da NASA, os cientistas prevêem que deva haver um planeta do tamanho da Terra dentro da zona habitável de cada anã vermelha, que é o tipo mais comum de estrela. Mas um grupo de pesquisadores agora dobrou esta estimativa, após considerar o fato de que a cobertura de nuvens ao redor de planetas pode ajudar a dar suporte à vida alienígena.
“As nuvens podem causar o aquecimento, e elas causam o resfriamento na Terra“, disse Dorian Abbot, professor em ciências geofísicas da Universidade de Chicago. “Elas refletem a luz solar para resfriar as coisas, e então absorvem a radiação infravermelha da superfície para gerar o efeito estufa. Isso é parte do que mantém o planeta morno o suficiente para sustentar vida.”
A zona habitável é definida como a região onde um planeta conta com a temperatura certa para manter a água de sua superfície no estado líquido, que é considerado um requerimento para a vida, tal como a conhecemos. Se um planeta estiver muito longe de sua estrela, sua água congela; muito próximo, sua água evapora. Já que as anãs vermelhas são mais fracas e mais frias do que o nosso sol, suas zonas habitáveis são muito mais confortáveis do que a do nosso sistema solar.
“Se você estiver orbitando ao redor de uma estrela de pouca massa, ou anã, você deve orbitar uma vez por mês, ou uma vez a cada dois meses para receber a mesma quantidade de luz solar que recebemos do Sol“, explicou outro autor do estudo, Nicolas Cowan, da Universidade Northwestern.
Com tal órbita apertada, um planeta habitável ao redor de uma anã vermelha ficaria com o giro em seu eixo trancado, o que significa que teria a mesma face sempre apontada para sua estrela, tal qual nossa Lua, que mostra sempre a mesma face para a Terra. Essa face receberia luz solar eterna.
No novo estudo, os pesquisadores usaram simulações 3D para modelar a forma com que o ar e a umidade se moveriam por sobre um planeta com seu giro trancado. A equipe descobriu que a água presente em sua superfície resultaria em nuvens de vapor. Além disso, as nuvens altamente refletoras ficariam concentradas na altura da face que aponta para estrela, onde é sempre ‘meio-dia’. Isto teria um efeito resfriador no anel interno da zona habitável, o que significa que planetas assim teriam a capacidade de sustentar a água em suas superfícies mais próximas de suas estrelas, dizem os pesquisadores.
As descobertas poderiam dar aos cientistas novas formas de confirmar a presença de água líquida nas superfícies de exoplanetas com o Telescópio Espacial James Webb, que é um novo observatório com base o espaço, o qual será lançado em 2018.
“Se você olhar do espaço para o Brasil, ou para a Indonésia, com um telescópio infravermelho, esses países podem parecer frios, e isto ocorre devido ao fato de estarmos olhando para a cobertura de nuvens deles“, disse Cowan. “A cobertura de nuvens está em grande altitude e lá é extremamente frio.”
O mesmo pode ocorrer com exoplanetas habitáveis que tenham uma cobertura de nuvens com alta refletividade, dizem os cientistas. Se o Telescópio James Webb detectar uma sinal frio similar por sobre a face de um exoplaneta que sempre está apontada para sua estrela, diz Abbot que “é quase definitivamente devido as nuvens e é uma confirmação de que você tenha água líquida na superfície“.
Fontes: space.com ovinihoje.com
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