Uma nova espécie de dinossauro foi descoberta na área de Presidente Prudente, região oeste do estado de São Paulo. O Brasilotitan nemophagus, como foi batizado, é um titanossauro. Esse gênero viveu no fim do período Cretáceo e faz parte do grupo dos saurópodes, caracterizados por terem caudas e pescoços longos.
A descoberta, publicada este mês em um artigo da revista científica internacional "Zootaxa", foi o resultado de uma parceria entre um paleontólogo do Museu de Paleontologia de Marília e pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
De acordo com o paleontólogo William Nava, coordenador do Museu de Paleontologia de Marília e um dos autores do artigo, o dinossauro descoberto tinha de 8 a 9 metros de comprimento.
Ele alimentava-se provavelmente de vegetações rasteiras e vivia em uma região que, na época, era bastante quente e seca, pontilhada por pequenos lagos e rios. Segundo Nava, eram esses os locais onde a espécie se alojava para tentar sobreviver ao lado de crocodilos e tartarugas. Quando morriam, eram cobertos por sedimentos.
Os fósseis que deram origem à descoberta foram coletados por Nava em 2000 e incluem parte da dentição, vértebras cervicais e sacrais e fragmento da região pélvica. O paleontólogo conta que a presença de parte da mandíbula do animal, região raramente encontrada, facilitou que os fósseis fossem comparados com os poucos titanossauros cujos fósseis também incluíam a região.
Comparação
“Existem 7 ou 8 exemplares da família dos titanossauros que têm o ramo mandibular preservado. Foi feita a comparação com esses dinossauros de regiões como a Argentina e a Ilha de Madagascar, e foi constatado que o dentário era diferente”, explica. Juntamente com a análise das vértebras, que também continham características peculiares, foi possível constatar que a espécie era nova.
Nava conta que trabalha com fósseis há 20 anos na região de Marília. Quando encontrou os fósseis dessa nova espécie, estava viajando para Presidente Prudente e percebeu vários blocos de rocha às margens da Rodovia Raposo Tavares.
“Isso me chamou a atenção. Fui investigar e de início já fui descobrindo vários restos ósseos quebrados. Estavam fazendo um corte no terreno para alargamento da rodovia e jogaram vários pacotes de rochas no terreno”, conta.
Ele diz que muitos dos fósseis estavam partidos e ele precisou fazer um salvamento paleontológico. “Tive que fazer o resgate para aquilo não ser destruído. Encontrei fragmento de mandíbula, dentário, o que chamou a atenção. Encontrar material craniano, particularmente no Brasil, é bem difícil. Foi isso que permitiu estudos comparativos e anatômicos para estabelecer a espécie nova”, diz.
Quando mostrou o material para um grupo da UFRJ, em 2004, foi estabelecida uma parceria com a instituição, que iniciou o estudo morfológico desses fósseis a partir de 2005. Até o momento, há oito espécies de titanossauros que já foram encontradas no Brasil.
Fonte: http://g1.globo.com
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