O fogo grego, também conhecido como fogo à prova d’água, era uma mistura viscosa inflamável, que flutuava e queimava até mesmo em contato com água, sendo muito difícil de apagar.
O fogo grego contradiz um pensamento comum, de que a água é capaz de acabar com o fogo. Na verdade, para existir fogo são necessários três fatores: combustível, oxigênio, e alta temperatura. O que a água faz, na verdade, é abaixar a temperatura do fogo, que por consequência apaga. No entanto, não era o que acontecia com o fogo grego. A mistura, que ainda hoje é um mistério, tinha a capacidade de manter a alta temperatura mesmo em contato com a água.
A substância foi muito utilizada pelos bizantinos contra inimigos, em geral muçulmanos, nas diversas tentativas de tomada que Constantinopla enfrentou ao longo da Idade Média. Frequentemente armazenado em pequenos vasos de barro, o composto podia ser lançado de muralhas e barcos diretamente sobre o inimigo. Constantinopla ruiu apenas quando os turcos utilizaram uma arma ainda mais poderosa, que se mantém em uso até hoje: a pólvora.
Não há registros sobre a exata composição química desta arma. Os bizantinos esconderam ou destruíram a fórmula, para evitar que caísse nas mãos de inimigos.
Teorias Sobre a Composição
A primeira e, por muito tempo, mais popular teoria contemplando a composição do fogo grego indicava que o seu ingrediente principal era o nitrato de potássio, tornando-o uma forma primitiva de pólvora. Este argumento se baseava na descrição de “trovão e fumaça”, bem como na distância a que a chama podia ser projetada pelo sifão, o que sugeria uma descarga explosiva. Desde os tempos de Isaac Vossius, diversos estudiosos aderiram a esta posição, principalmente a chamada “escola francesa” durante o século XIX, que incluía o famoso químico Marcellin Berthelot. Esta visão foi depois rejeitada, uma vez que o nitrato de potássio não parece ter sido usado em guerras na Europa ou no Oriente Médio antes do século XIII, e está totalmente ausente dos registros dos árabes, os mais importantes químicos do mundo mediterrâneo, na mesma época. Além disso, a natureza da mistura proposta teria sido radicalmente diferente da substância projetada pelos sifões descrita pelas fontes bizantinas.
Uma segunda visão, baseada no fato de que o fogo grego não era extinguível pela água – na verdade, algumas fontes sugerem que a água caindo sobre ele intensificava as chamas – indicava que a sua força destrutiva era o resultado de uma reação explosiva entre água e cal. Embora a cal certamente fosse conhecida e usada pelos bizantinos e árabes em guerras, a teoria é refutada pela evidência literária e empírica. Uma substância baseada na cal teria que entrar em contato com água para entrar em ignição, enquanto a obra Táctica do imperador Leão VI indica que o fogo grego era frequentemente derramado diretamente nos conveses dos navios inimigos, embora os conveses reconhecidamente fossem mantidos molhados devido à falta de selantes. Da mesma forma, Leão descreve o uso de granadas, o que reforça a visão de que o contato com a água não era necessário para a ignição da substância. Além disso, C. Zenghelis mostrou que, baseado em experiências, o resultado real da reação água-cal seria desprezível em mar aberto. Outra proposta similar sugeria que Calínico tinha na verdade descoberto o fosfeto de cálcio. Em contato com a água, o fosfeto de cálcio libera fosfina, que se inflama espontaneamente. Entretanto, experiências extensivas com ele não conseguiram reproduzir a intensidade descrita do fogo grego.
Fontes: Infoescola, Wikipedia
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