1 de março de 2013

Overtoun Bridge - A Ponte dos Cães Suicidas


A ponte dos cães suicidas

Em 1859, um burguês chamado James White, comprou alguns terrenos na periferia da cidade para construir uma mansão de retiro espiritual. Rico e influente contratou um dos melhores arquitetos de seu tempo para conceber o que seria a melhor vila da cidade. Para acessar o local teria que cruzar um pequeno riacho local, portanto, o projeto da ponte foi feito de acordo com a mansão para antecipar a sua elegância vitoriana, assim nasceu a Overtoun Bridge. 

A construção da ponte é muito sóbria, ladeado por três torres no estilo vitoriano clássico e com um largo parapeito de pedras importadas com mais de um metro de altura que impede os animais de ver o rio e também anulam a sua percepção da altura. 

A origem do primeiro suicídio canino foi no início dos anos 60, quando várias testemunhas relataram sobre a súbita e misteriosa reação de alguns cães quando chegavam no centro da ponte. Sem qualquer provocação ou aparente motivo, os cães corriam e saltavam direto por cima do parapeito e se estatelavam nas pedras ao lado do pequeno riacho. Alguns sobreviviam gravemente feridos pelo amortecimento da água para logo retornar ao centro da ponte e incrivelmente pular de novo.


A ponte dos cães suicidas
                                        Detalhe superior da ponte com seus parapeitos.

O número de caninos kamikazes -mortos- oscila entre 80 e 100 exemplares nos últimos 50 anos, com períodos críticos de mais de cinco cães por trimestre e centenas de saltos com um final feliz. Alguns dos cães subiam ao parapeito antes de saltar no vazio, embriagado com o mistério, e para espanto de seus proprietários. Mas por que pulavam? 

Várias teorias alimentaram o mistério para engordar a lenda do suicídio. Forças sobrenaturais e estranho magnetismo ou campos de energia que emanavam das pedras importadas confundiam o mecanismo de hipersensibilidade e orientação dos cães, forçando-os a resolver o calvário extra sensorial.

Em 1994, Kevin Moy, um morador local perturbado, influenciado pelas histórias de encantamentos falsos, jogou seu bebê de cima da ponte para purgar sua suposta posse demoníaca. Incrível. 

A mitologia Celta também resolveu o mistério, a seu modo, voltando-se para a etimologia do nome. Overtoun significa o lugar onde o céu e a terra estão muito perto. Supostamente isto deveria deixar as criançinhas apavoradas de medo, mas seria absurdo sequer pensar que um adulto acreditasse em tamanha baboseira.

Até que o empirismo científico e estatístico chegou ao local para desnudar os mistérios e construir uma teoria razoável e negada por aqueles que ainda queriam promover o turismo do encantamento e da fantasia. A sociedade Escocesa para prevenção da crueldade contra os animais, enviou veterinários e vários cientistas para investigar o caso. Eles concluíram que o isolamento visual produzido pelos altos muros de pedra da ponte deviam promover e colocar em alerta cães com sentidos -audição e olfato- mais desenvolvidos. Depois de analisar e descartar a origem dos sons de alta freqüência dos postes de luz nas proximidades, concentraram seus estudos sobre o cheiro dos animais. 

Dr. Sands, gerente de pesquisa, descobriu que nem todas as raças de cães sofrem do chamado suicida. Somente os caçadores de grande focinho: Labrador, Collie, Golden Retriever saltavam para a morte. Seria a causa um cheiro desconcertante de uma planta? Água podre? Não. Tinha de ser um animal.

Depois de muita pesquisa descobriu que os alegados suicídios começaram durante os mesmos anos em que iniciou a invasão de visons americanos na região. O vison tem uma glândula anal que segrega uma substância extremamente odorosa, usada para marcar seu território, que deixa os cães loucos. A área da ponte é um habitat natural do animal e o pequeno riacho não é muito caudaloso tornando o conteúdo ainda mais concentrado a ponto de atrair de forma mais profunda e repentina os cães que cruzam a ponte.





Para comprovar sua teoria, o Dr. David Sands, fez uma experiência que você pode ver no vídeo acima. Vários grandes cães caçadores com o olfato expostos a amostra de cheiros de animais da região: mink, ratos e esquilos. Os resultados e as suas reações são surpreendentes.

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