Em princípio, o agnóstico é aquele cuja posição filosófica o deixa incapaz de julgar eventos, entidades etc. que estão além da capacidade cognitiva da humanidade. Isso significa dizer que algo de existência supranatural – como deuses, por exemplo – estariam num nível muito acima de nossa capacidade de entendimento, deixando o agnóstico em dificuldade de atribuir características ou, a posteriori, julgar o caráter de suas existências. Falando mais diretamente, um agnóstico nunca dirá que Deus(es) não existem, pois para ele o conceito de divindade torna-se incapaz frente o intelecto de ser medido, dimensionado, testado e estabelecido como verdadeiro ou falso. Uma divindade pode existir, mas também pode não existir.
O termo “agnosticismo” provém do grego “agnostos” e significa negação ao conhecimento, mas para os agnóstico, a postura desse pensamento não significa simplesmente negar os conhecimento ou o estado referencial das coisas, mas uma posição dialética de conteúdos definidos, principalmente marcados pela história oficial e seus fatores culturais.
Os agnósticos baseiam as suas opiniões a partir de uma observação e convicção filosófica, ética, social e política numa linha de visão racional. No século XVIII, a filosofia agnóstica teve seu início a partir dos estudos de Immanuel Kant e David Hume.
No século XIX, surgiu o termo agnosticismo, formulado pelo biólogo britânico Thomas Henry Huxley, durante uma reunião na Sociedade Metafísica. Segundo Huxley, o agnóstico é aquele que questiona a autoria da existência ser pertencente a um poder superior, no caso concedido por crenças religiosas a Deus.
Para os religiosos, agnóstico é aquele que não tem religião ou crença em algo. Para o agnóstico, o ser humano é aquilo que é sem estar submetido a uma ideia superior de controle ou transcendência, o mundo deve ser observado como algo racional e finito sem linhas ou ambientes imaginários.
Huxley acreditava que o conhecimento sobre a origem da existência não estava realmente resolvido, que o tema seria insolúvel. Popularmente, o agnóstico é visto como uma pessoa que não crê em algo sem comprovação científica e que toda conclusão a respeito da existência de Deus ainda não seriam o bastante.
Para o agnóstico, a existência de algo acima de nossa realidade palpável é uma questão que não pode ser completamente respondida e sem orientação investigativa, pois certas crenças podem ser referidas de forma independente uma da outra. Segundo o agnosticismo, hipóteses e interpretações a respeito da ancestralidade universal e do “big-bang” como real gerador do universo não seriam o bastante para explicar ou comprovar a origem da existência.
A vida após a morte, também não seria a comprovação da imortalidade do sentimento humano ou da existência de um Deus maior pelo simples fato ocorrido após a morte. O agnosticismo não aceita a possibilidade da razão humana conhecer e comprovar a existência de um Deus ou de deuses e, nem de fenômeno sobrenaturais, uma substância inexistente para a razão humana.
Grupos Agnósticos
A principal divisão interna do agnosticismo reside entre o agnosticismo teísta e o agnosticismo ateísta. Diferenciam entre si nos termos dos pressupostos para os quais ambos tendem, os teístas partem do pressuposto que existe um Deus, deuses ou divindades, os ateístas do princípio que tal é de todo inexistente, embora ambos os grupos assumam que faltam provas que comprovem um ou outro lado.
São igualmente considerados os seguintes grupos:
Agnosticismo estrito - (também chamado de agnosticismo forte, agnosticismo positivo, agnosticismo convicto ou agnosticismo absoluto) a ideia de que a compreensão ou conhecimento sobre deuses ou o sobrenatural se encontra totalmente fora das possibilidades humanas e que jamais tal será possível. Um Agnóstico Estrito diria "Eu não sei e você também não".
Agnosticismo empírico - A idéia de que a compreensão e conhecimento do divino ou sobrenatural não é até ao momento possível mas que se aparecerem novas evidências e provas sobre o assunto tal é uma possibilidade. Um agnóstico empírico diria "Eu não sei. Você sabe?".
Agnosticismo apático - a ideia de que, apesar da impossibilidade de provar a existência ou inexistência de deuses ou do sobrenatural, estes a existir não teriam qualquer influência negativa ou positiva na vida das pessoas, na Terra ou no Universo em geral. Um agnóstico Apático diria "Eu não sei, mas também para que é que isso interessa?".
Ignosticismo - embora se questione a compatibilidade deste grupo com o agnosticismo ou ateísmo há quem o considere como um grupo agnóstico. Esse grupo baseia-se no fato de que primeiramente é preciso definir Deus, para apenas posteriormente discutir sua existência. Para cada definição de Deus, pode haver uma discussão diferente e diferentes grupos de ateus, teístas e agnósticos referentes àquela definição particular. Um ignóstico diria "Não sei. O que considera "Deus"?".
Agnosticismo modelar — A ideia de que questões metafísicas e filosóficas não podem ser verificadas nem validadas, mas que um modelo maleável pode ser criado com base no pensamento racional. Esta vertente agnóstica não se dedica à questão da existência ou não de divindades. Um agnóstico modelar diria "Eu não sei. Mas podemos criar um".
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